sábado, 30 de maio de 2015

Entrevista sobre a educação no Brasil

Entrevista com Marlene Sant´anna Julião.
Diretora de ensino Fundamental na Prefeitura de Santo André
Reportagem de Deise Valeria Oliveira de Amorim

Na sua visão, como está a educação no Brasil ?
   No meu ver, o que falta na educação do Brasil é prioridade. Prioridade por parte dos pais, da família, da sociedade e da escola. Hoje temos problemas graves na educação, como evasão dos alunos, desigualdades sociais.

Porque você diz, por parte da sociedade?
   Digo sociedade, pensando que o Brasil pode até resolver os problemas da educação das crianças da elite, ou seja, os pais que podem pagar um ensino particular, agora e o povo ? Existem diversas escolas particulares no Brasil de boa qualidade, mas esta qualidade de ensino, infelizmente ficam para a minoria.

Você acredita em uma melhora na educação no Brasil?
   Para que haja uma melhora na educação no Brasil, tínhamos que ter recursos, mas estes recursos não chegam para a educação. Volto a dizer, infelizmente, a educação no Brasil não é prioridade. Mas a educação é minha paixão, eu acredito na educação do professor que está todos os dias em sala de aula, e amam o que fazem. É preciso investir nas qualidades dos professores, nas escolas, investir nos avanços das tecnologias dentro da escola.

O professor tem a função de educar os alunos ?
   A escola deve auxiliar a família na educação das crianças, muitas vezes os pais se enganam invertem, pensam que a educação deve ser dada na escola, não, nós auxiliamos a educação, mas ela deve ser dada pela família. Não é possível um professor dentro de uma sala de aula, com aproximadamente 25, 30 alunos, substituir o que é a tarefa dos pais em casa, ou seja, se a família não cumprir o que ela precisa cumprir, a escola não dará conta.

Você acredita que temos alguns tipos de avanços na educação do Brasil?
    Claro que sim, apesar de todos os pesares (risos) temos uma lei da educação (LDB), avanço em questões de legislação, mas ainda há muitos desafios.
 
Qual sua opinião sobre o excesso de conteúdos curriculares, a seu ver, é um problema para a qualidade do ensino nas escolas? Por quê?
    Se a escola que tiver carteiras utilizáveis, quadro negro ou branco, sem goteiras e com temperatura média suportável, o excesso de conteúdos programáticos nos currículos, sem a menor dúvida, é o maior problema e também razão de alto desperdício de recursos. Razão de reprovações injustas, seguidas de evasão.

Você como diretora, tem uma coordenadora pedagógica, como é o trabalho dela, em relação aos professores ?
    Ela é uma mediadora, na medida que revela e auxilia os professores no trabalho, quanto as propostas curriculares. Os professores devem elaborar seus próprios trabalhos, mas a coordenadora pedagógica oferece condições para que o professor se aprofunde em sua área, e trabalhe bem com ela.Cabe também o papel de transformador, ou seja, ajudar o professor a ser reflexivo e crítico com sua prática pedagógica. Outro papel fundamental é possibilitar parceria, para que as ações de todos possam atingir objetivos e metas comuns. Na nossa escola, o coordenador pedagógico também tem o papel de possibilitar a interdisciplinaridade.

Você como diretora trabalha de que maneira ? Qual o seu papel na vida dos professores, coordenadores e alunos ?
    Em primeiro lugar me considero uma educadora, não uma diretora na escola. O cargo que exerço me dá a possibilidade de conciliar o trabalho pedagógico com o administrativo. Confesso que para mim, a parte pedagógica é o que mais me agrada. Como é difícil ter características tão diferentes, tenho que equilibrá-las e deixar que meus auxiliares me ajudem cada um com seu talento. Eu tento indicar caminhos, ser sensível às necessidades da comunidade e resolver os problemas da melhor maneira possível.

Postagem de Deise Valeria Oliveira de Amorim

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